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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

24/01/2012 18h00 - Atualizado em 24/01/2012 21h38

Marcelinho Paraíba acusa delegado de ocultar provas e alega inocência

Jogador quebra o silêncio e, após depor em Campina, diz que já esperava ser indiciado. Jogador, no entanto, garante ter certeza de que é inocente

Por Phelipe Caldas e Silas Batista João Pessoa e Campina Grande

Marcelinho Paraíba sendo transferido para Penitenciária (Foto: Chico Martins / Futura Press / Ag. Estado)Marcelinho Paraíba diz que já esperava indicamento
(Foto: Chico Martins / Futura Press / Ag. Estado)

O jogador Marcelinho Paraíba quebrou o silêncio e falou nesta terça-feira sobre o seu indiciamento por estupro, confirmado na semana passada pela delegada Herta de França. Marcelinho se disse tranquilo e reafirmou que é inocente. Segundo o meia do Sport Recife, ele se deita “consciente de sua inocência” quando vai dormir à noite, certo de que será absolvido ao fim de todo o processo.

Marcelinho declarou ainda que, como foi preso no dia de toda a confusão, o indiciamento não chega a ser uma surpresa, e que ele já estava esperando uma decisão parecida por parte da delegada. Ele, contudo, acredita que sairá sem imagem manchada de todo este incidente.

- Tenho certeza de que sou inocente. O processo vai correr normalmente, e no fim serei inocentado. Estou certo disso – resumiu.

O delegado chegou em meu sítio com duas armas. Ele atirou com uma pistola, mas entregou para ser periciado um revólver calibre 38"
Marcelinho Paraíba

As declarações do jogador foram dadas em frente à 7ª Delegacia Distrital de Campina Grande. O jogador foi até o local para depor num outro processo, um desdobramento do principal, em que o delegado de Polícia Civil Rodrigo Pinheiro, irmão da advogada Rosália Zabatos de Abreu, suposta vítima do jogador, é acusado de efetuar disparos de arma de fogo dentro do sítio de Marcelinho.

O meia do Sport Recife entrou na delegacia na condição de testemunha, sem se dirigir à imprensa, mas na saída falou com jornalistas pela primeira vez após ser indiciado. Após se dizer inocente, ele reafirmou o que seu advogado, Afonso Vilar, já tinha antecipado ontem (segunda-feira).

Rodrigo Pinheiro, após sair da festa na casa do jogador, teria voltado “transtornado”. O delegado, “alterado e armado”, teria agredido verbalmente o atleta e efetuado em seguida disparos para o alto. Marcelinho diz ser vítima de uma armação e que o verdadeiro réu no caso, culpado por toda a confusão, seria o irmão da mulher que ele teria agredido.

Marcelinho, em seguida, acusou formalmente o delegado de ter tentado obstruir o trabalho da Justiça, ao trocar as armas com o objetivo de ocultar provas e atrapalhar as investigações.

- O delegado chegou em meu sítio com duas armas. Ele atirou para o alto com uma pistola, mas após ser abordado pela polícia entregou para ser periciado um revólver calibre 38. Ou seja, ele atirou com uma arma e entregou outra para tentar escapar do flagrante – defendeu o atleta.

Sport x Petrolina - Marcelinho Paraíba (Foto: Aldo Carneiro)Marcelinho Paraíba fez um dos gols do Sport no
jogo desta segunda (Foto: Aldo Carneiro)

O depoimento em questão deveria ter sido realizado na segunda-feira, mas o adiamento do jogo do Sport contra o Petrolina, de domingo para ontem (por causa da forte chuva que caiu na capital pernambucana) forçou a mudança de data. Marcelinho, inclusive, entrou em campo e marcou um dos gols da vitória do Leão da Ilha por 2 a 1.

Marcelinho Paraíba levou mais três testemunhas. Amigos que estariam na festa e que confirmariam a “ação violenta” do delegado dentro do sítio do jogador. Ele, no entanto, foi o primeiro a depor e não esperou os demais. Saiu da delegacia logo depois de seu depoimento, falou com a imprensa e voltou para o Recife, onde se reapresentará ao Sport.

Marcelinho Paraíba na delegacia (Foto: Futura Press)Marcelinho Paraíba chegou a ser preso em
novembro de 2011(Foto: Futura Press)

Entenda o caso

Marcelinho Paraíba foi preso no dia 30 de novembro de 2011 ao lado de mais três amigos: João Crivaldo da Silva, Leandro Silva e Wellington Porto da Silva. Além da acusação de estupro que pesa contra ele, os quatro ainda foram enquadrados por desacato à autoridade policial e resistência à prisão.

O grupo participava de uma festa em Campina Grande, terra natal do jogador, para comemorar a boa campanha de Marcelinho Paraíba na Série B de 2011. Ele marcou 12 gols pelo Sport e foi peça determinante para o acesso do clube à Série A.

Por volta das 4h30m, Marcelinho teria tentado beijar a força a vítima. Ela é irmã do também delegado de Polícia Civil Rodrigo Pinheiro, que agora está sendo acusado de efetuar disparos no interior do sítio do atleta. Os advogados do jogador até confirmam a tentativa de beijo, mas disseram que o atleta não passou disso.

No dia da confusão, Rodrigo Pinheiro foi quem chamou a polícia e formulou a acusação. Mas ele acabou sendo acusado de ter feito os tais disparos. Depois, ainda foi afastado de suas funções como delegado por ter ameaçado agredir jornalistas que tentavam entrevistá-lo.

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