Sem futuro definido, Felipão e diretoria iniciam projeto Libertadores

Reunião na segunda discutirá necessidade de reforços e linha de trabalho até o fim do ano. Mas técnico e presidência podem mudar em 2013

Por Diego RibeiroSão Paulo

174 comentários

O Palmeiras voltará a disputar a Taça Libertadores depois de quatro anos fora, e por isso já inicia o planejamento para não fazer feio na maior competição sul-americana. Na segunda-feira, o técnico Luiz Felipe Scolari, o presidente Arnaldo Tirone, o vice Roberto Frizzo e o gerente de futebol César Sampaio vão se reunir para traçar as metas até o início da competição. Em pauta: reforços, estádio onde a equipe vai jogar e postura na Copa Sul-Americana. A principal definição, porém, diz respeito aos próprios envolvidos na reunião.

Luiz Felipe Scolari não sabe se fica, já que seu contrato termina no fim de 2012 e ele afirmou por várias vezes que deixaria o clube ao fim do seu vínculo. A vaga na Libertadores fez o comandante repensar sua posição, mas ainda é cedo para garantir a permanência. Por outro lado, as eleições presidenciais em janeiro de 2013 podem mudar todos os planos, caso Tirone não seja reeleito.

Com a vaga já assegurada, teremos investidores e grupos que podem ajudar
o Palmeiras
a ficar em situação melhor"

Felipão

– Está tudo conversado para fazermos essa reunião. Embora não saibamos se vamos ficar ou não, nosso trabalho é esse: planejar. Se alguém quiser modificar depois, que modifique. Mas temos de planejar e colocar em execução aquilo que a gente acha ser o correto para o clube – afirmou Felipão.

Arnaldo Tirone tenta convencer o técnico a estender o contrato e, de quebra, ganhá-lo como trunfo para as eleições. O presidente vai apostar na plataforma da “continuidade” para ser reeleito ao cargo, já que a troca de comando poderia alterar o planejamento para a Libertadores. Questionado, o mandatário disse que ainda não pensa nas questões políticas.

– Acabamos de conquistar um título, vamos planejar tudo com calma. Não sei se vou ficar porque tem eleição, mas meu dever é fazer de tudo para o Felipão ficar. E isso vou fazer. Depois vou pensar em eleição – assegurou Tirone.

Na reunião de segunda-feira, diretoria e comissão técnica começam a discutir os primeiros nomes que podem reforçar o clube. O primeiro já chegou, o atacante Obina, mas seu contrato só vai até dezembro – dependendo do desempenho, o clube poderá adquirir os direitos econômicos de forma definitiva. Os outros vão depender da condição financeira do clube, que não é fácil. A exposição com o título da Copa do Brasil fará o Palmeiras ir atrás de novos parceiros.

– Com a vaga já assegurada, teremos investidores e grupos que podem ajudar o Palmeiras a ficar em situação melhor. Esse ano o pessoal da Kia (patrocinadora master) já nos ajudou muito – relembrou Felipão.

César Sampaio, Roberto Frizzo, Felipão e Galeano, a cúpula do Palmeiras (Foto: Agência Estado)

O técnico pretende usar a disputa da Copa Sul-Americana como laboratório para os jogadores do elenco e aqueles que estão por vir. A ideia é repetir o que ocorreu em sua primeira passagem: venceu a Copa do Brasil em 1998, a Mercosul (antecessora da Sul-Americana) no mesmo ano, e a Libertadores em 99, já com a bagagem obtida na outra competição internacional. O time estreia na edição deste ano contra o Botafogo, em agosto.

Clique e assista a vídeos do Palmeiras